segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A arte e cultura que vem da periferia

Incentivo às artes e valorização da cultura move grupos de Samambaia comprometidos com a superação da exclusão social e fortalecimento da autoestima.

As manifestações culturais não se limitam mais às áreas nobres de Brasília. Há pouco mais de um ano, Samambaia conta com um novo espaço destinado a cultura, uma iniciativa particular que tem como propósito disseminar a arte para o público de todas as idades.

Espetáculos teatrais, vídeos de curta e longa metragem, oficinas de pintura, balé clássico e break (dança de rua), aulas de violão, matinês nas férias, palestras com artistas locais e shows são algumas das atividades oferecidas pelo espaço, que se mantém sempre aberto a participação da comunidade: “Imaginário Cultural, um espaço em permanente construção onde a participação de todos demonstrará a força que a arte e a cultura exercem sobre nós”, diz a mensagem de boas vindas do blog da companhia.

O Espaço Imaginário Cultural foi criado inicialmente por quatro amigos envolvidos com o teatro e com ações sociais em Samambaia. Juntando a vontade de um e a necessidade de outro, surgiu a ideia de oferecer aulas para a comunidade.  

“Nós temos vários tipos de público, tem pessoas que vão para aperfeiçoar o trabalho deles e tem aquelas que vão lá porque já fizeram curso em outros lugares. A ideia da arte é exatamente você tentar descobrir os seus potenciais. Algumas pessoas acabam entrando no mercado de trabalho e outras, acabam não optando por isso profissionalmente. A prioridade do espaço é essa: criar públicos e profissionais, dar oportunidade à comunidade de Samambaia para ter acesso à arte”, explica o coordenador do espaço, Miguel Mariano.

A iniciativa é nova e ainda não tem patrocínio. Atualmente é bancado pelos sócios e também por meio de mensalidades. “Para conseguir apoio do governo tem que ter um tempo de existência médio, e comprovar os trabalhos”, complementa Mariano.
A programação, com ingressos a preços convidativos, inclui matinê imaginário sempre aos sábados e domingos para a criançada, entre outras atrações. Tássia Aguiar, uma das sócias do projeto, enfatiza a importância de se fornecer cultura à população. “Nós temos várias programações, um exemplo é o Forró de Quinta, que acontece sempre na segunda quinta-feira de cada mês à noite, é muito movimentado e as pessoas vão mesmo para se divertir”.  

 O Espaço Imaginário Cultural também está presente nas redes sociais, para interagir com seus alunos e com a comunidade em geral. No Flickr há uma galeria de fotos e informações sobre tudo o que os artistas, professores e aprendizes realizam no dia a dia. Facebook e Twitter completam a lista das redes que divulgam e permitem contato com o público.

Acessos:

Contatos
Telefone: (61) 3358-9959.
Endereço: Qr 406, conjunto 30, lote 06 – Samambaia Norte - DF 
 


  
Na tarde de sábado, 25 de agosto, o grupo saiu pelas ruas de Taguatinga. Na Praça do Relógio (centro) os artistas fizeram rodas de ciranda, cantaram e dançaram com a comunidade. 



A Kombi serve pra transportar os artistas e seu material de trabalho, entre instrumentos musicais e figurinos.
  












Não é preciso pedir licença, basta chegar e participar da folia que é super contagiante.


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Por Hellen Fernandes, Késia Pollyana, Márcia Romão, Poliana Carvalho, Vagner Silva

Pesquisa mostra a qualidade do transporte público do DF



  A Comissão do Transporte Público Coletivo da Câmara Legislativa do Distrito Federal divulgou neste semestre o resultado da pesquisa sobre o sistema de transporte público do DF. Cerca de 3,8 mil moradores das 31 regiões administrativas foram ouvidos, sendo que apenas 0,3% consideram o serviço ótimo. As reclamações mais freqüentes são a superlotação, tempo de espera e o estado físico dos veículos, outra queixa é que o metrô atinge apenas poucas cidades do DF.
  Segundo a pesquisa 50,4% dos usuários dos transportes coletivos utilizam ônibus, 1,8% metrô e 31,2% usam carro particular. Para o diretor geral do DF Trans, Marco Antônio Campanella, a precariedade do sistema é sentida por quem anda de ônibus e trafega de carro “No DF as pessoas estão disputando espaço com as pessoas, principalmente na região central de Brasília”.
  A estudante Danielle Ribeiro (25), afirma “O transporte é péssimo, pois demora muito a passar e quando passa está lotado, o brasiliense tem essa cultura de andar sempre de carro, acho que isso influencia também”. A aluna não é a única, já que o transporte público no DF é avaliado como péssimo por 61,8% dos usuários.
  Atualmente o metrô conta com uma frota de 32 trens com 4 carros, onde apenas 24 trens circulam e 24 estações em operação que atendem em média 127 mil passageiros por dia. Está previsto um investimento de 2,2 bilhões de reais pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) lançado pelo Governo Federal, que visa a expansão e modernização do metrô, a conclusão do Sistema de Transporte no Eixo Sul, Eixo Oeste e obras no Expresso Norte e a troca da frota rodoviária da cidade.
  O motorista de ônibus Wellington Silva (47), que tem 12 anos de profissão diz “As condições de trabalho são muito ruins, além do estresse diário do trânsito ainda temos que agüentar o barulho alto do motor o dia inteiro, pois as condições dos ônibus são péssimas e a falta de segurança acaba deixando a gente sem vontade de trabalhar”.
  Os recursos para implantação de melhorias no transporte público, PAC da Mobilidade ainda não foram liberados. O programa foi lançado em 2011 a fim de enfrentar os problemas mais graves do Brasil, é destinado a municípios com população superior a 700 mil habitantes, atingindo assim 39% do país.

Por Izabella Moura e Elisabete Martins

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Economia - Prorrogação de IPI reduzido deve manter venda de veículos em alta



Governo mantém imposto reduzido e concessionárias devem aproveitar

Foto: Luiz Lopes
A redução do Imposto sobre Produto Industrializado foi prorrogada. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou na última quarta-feira, dia 29 de agosto, que produtos da linha branca, automóveis e do setor moveleiro terão o imposto reduzido pelo menos até 31 de outubro, quando encerra a alteração na tributação dos automóveis.

De acordo com Mantega, o valor de renúncia fiscal do governo é de R$ 800 milhões. O ministro também comparou as vendas com o mesmo período do ano passado: “As vendas do setor automobilístico aumentaram 33,4% no segundo trimestre de 2012 na comparação com o segundo trimestre de 2011, saltando de 12,5 mil para 16,6 mil carros por dia”. Há ainda a preocupação do governo para que as montadoras mantenham o compromisso de garantir o nível de emprego, a expansão das vendas e a redução de preços ao consumidor.

Foto Luiz Lopes
As concessionárias do Distrito Federal seguem na expectativa para novamente bater recordes de vendas. Em uma concessionária em Taguatinga Sul, o gerente considerado campeão de vendas por vender uma média de 250 carros ao mês, bateu a marca de 365 carros no mês de agosto. O vendedor Edson Guimarães comentou o volume de vendas do mês passado: “Houve um aumento de 30 a 40% nas vendas de veículos novos desde a redução do imposto. Com a prorrogação da isenção do IPI, cabe às montadoras aumentar a produção para suprir a demanda”. Quanto aos seminovos, Guimarães comentou que houve alteração nos preços, mas não foi significativo. “Hoje há mais procura pelo carro zero”, afirma.

A redução segue de acordo com a determinação do Ministério da Fazenda. Carros de 1000 cilindradas terão IPI zero. Os de 1000 até 2000 cilindradas, os quais tinham 13% de IPI, no caso de gasolina, e 11%, no caso de álcool, terão a alíquota reduzida para 6,5% e 5,5%, respectivamente. Os veículos comerciais leves serão comercializados com apenas 1% do imposto, ante os 4% anteriores.
Foto: Luiz Lopes

Apesar da redução total do IPI para os carros 1000, vendedores avaliam que aumentou a procura por carros mais potentes e completos, principalmente pelas características do consumidor de Brasília. Há um equilíbrio entre as vendas de carros populares mais completos e de luxo.


Por Luiz Lopes e Natália Oliveira

Samambaia no circuito Hip Hop

Jovens de Samambaia levam na bandeira da cultura hip hop o despertar crítico para a comunidade através do projeto ArtSam.



Hip-hop é um movimento cultural criado no fim da década de 1960, nos Estados Unidos, como forma de reação aos conflitos sociais e à violência sofrida pelas classes menos favorecidas. O hip hop possui quatro elementos: o DJ, o MC, o break e o grafite.

No Brasil, o hip-hop foi adotado, sobretudo, pelos jovens negros e pobres das grandes capitais, como forma de discussão e protesto contra o preconceito racial, a miséria e a exclusão. Como movimento cultural, o hip-hop tem servido como ferramenta de integração social e mesmo de re-socialização de jovens das periferias no sentido de romper com essa realidade.


No Distrito Federal, o projeto Coletivo ArtSam é coordenado pelo MC (Mestre de Cerimônias) Marcus Dantas “Trata-se de um grupo autônomo, formado por jovens moradores de periferia, cujo intuito é atuar na capacitação/formação política, social e humana da juventude, focado no hip hop, bem como promoção de eventos que valorizem a diversidade, cultura popular e urbana, literatura periférica, além de investir e promover artisticamente os grupos envolvidos”, explica.

 
Marcus, também conhecido como Markão Aborígene, idealizou o projeto que pretende levar poesia e literatura à comunidade de Samambaia: “Trabalho por amor, sem recursos do governo. Às vezes deixo de estar com minha família para prosseguir com o projeto”, complementa o MC, que também é vocalista.do Grupo Aborígene.
http://aboriginerap.blogspot.com.br/Prémio



Hip Hop Zumbi e Dandara Glauber Santana é um dos parceiros de Aborígene no ArtSam. Artista e percursionista, ele é coordenador do prêmio Hip Hop Zumbi, que incentiva artistas independentes a fazer um rap de compromisso, sem apologia à violência e às drogas. Geralmente, o local escolhido para a apresentação varia de acordo com o público, e acontece uma vez por ano. Em 2011, foi realizado no Museu da República, premiando 19 participantes.

http://premiohiphopzumbi.blogspot.com.br/http://www.youtube.com/watch?v=Rir0jDFWLZ4&feature=plcpEnsaioColetivo

Santana também está à frente deste movimento voltado para os iniciantes do hip hop. Para estes, existe sempre a dificuldade em gravar uma música ou conseguir equipamentos musicais. Então, surgiu o Ensaio Coletivo, sem local fixo, contando com a colaboração de outros participantes que se reúnem para compartilhar microfones, fones e pick up, uma espécie de estúdio improvisado, que ajudam jovens talentosos na produção de um CD, Clip ou musica.



Sarau Samambaia PoéticaAqui, Marcus Dantas tem como objetivo levar poesia e literatura à comunidade local. Os encontros se dão a cada dois meses e o sarau, que está em sua oitava edição, faz sua próxima apresentação no dia 21 de setembro, às 20h, na Praça do Cidadão, que fica na quadra 120 de Samambaia Sul. As exibições reúnem rap, repente e literatura. “Nasci na Paraíba. Meu avô é repentista e foi ouvindo ele cantar que me apaixonei pelas rimas, resolvi unir os ritmos na minha música”, relata.

http://samambaiapoetica.blogspot.com/http://www.youtube.com/watch?v=q8HfNxXq4AMCineClubeCâmbioNegro


Batizado com o nome do primeiro grupo de rap de Brasília, o Cine Clube acontece toda sexta-feira na varanda da casa de Marcus na quadra 120, da Samambaia Sul.  Na programação, são exibidos filmes ou documentários com temas sociais e políticos que convidam a comunidade a refletir sobre a realidade.

http://culturahiphop.uol.com.br/noticia/639/cine-clube-cambio-negro-novo-espaco-cultural-da-capital-federal.htmlMutirãoHipHopSolidário
Alia apresentações artísticas a oficinas e debates. Já foram realizadas cinco edições sendo debatidos a realidade social do hip hop de samambaia, relações de gênero e machismo no hip hop, além de outros temas.

http://www.youtube.com/watch?v=NoVbdd4IkC8
Juventude, cultura e cidadania
Circuito de oficinas e palestras realizadas em escolas públicas pelo rapper Markão Aborígene. Recebeu em 2010 prêmio do Ministério da Cultura em reconhecimento a importância do trabalho.

Diretoria

Coordenador: Marcus Dantas
Vice coordenador: Luís Henrique
Diretor artístico: Alex Hctrês 
Diretor de Formação: Glauber Santana
Diretora de comunicação: Lorena Sousa
Diretor de Finanças e produção: Eduardo César
Secretária: Veronica Hctrês


Esta matéria foi escrita por Márcia Romão, Vagner Silva, Hellen Fernandes, Poliana Morais e Késia Paos.

Política - Bancada do DF torra R$ 900 mil em oito meses

Gastos dos parlamentares do DF de janeiro a agosto são analisados e comparados com outros investimentos públicos 

No período entre janeiro e agosto de 2012, a bancada do Distrito Federal na Câmara dos Deputados recebeu mais de 900 mil reais referentes à Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP). A deputada Érika Kokay (PT-DF) foi a deputada que mais recebeu o benefício no período, R$185.308,78. Já o deputado Reguffe (PDT-DF) foi o que mais economizou, apenas R$4.810,73 em despesas.


*As informações do deputado Paulo Tadeu (PT) referem-se somente a quatro meses deste ano.


Os dados publicados pelo portal da Câmara revelam as contas dos parlamentares por mês. De janeiro a agosto deste ano foram usados exatamente R$ 923.506,90. O dinheiro é reembolsado aos parlamentares, cobrindo os gastos com transporte aéreo, serviços postais e telefônicos, consultorias, pesquisas, divulgação da atividade parlamentar, manutenção de escritório e com combustíveis e lubrificantes. 

Para o Coordenador do Curso de Matemática da Facitec, Professor Jansen Ribeiro Pires, os gastos reembolsados pela cota “estão dentro da legalidade, mas são o ápice da imoralidade”. Ele destaca também que, apesar do alto investimento nas atividades dos parlamentares, não há uma atuação significativa da bancada do DF. Para o deputado Reguffe, o qual teve uma excelente atuação como distrital, está apagado no Congresso. 

Comparando com outros gastos, o dinheiro reembolsado aos deputados poderia ser investido em áreas importantes como a educação. A secretaria de Educação do DF, por exemplo, desembolsou 600 mil reais na implantação da Universidade Distrital, segundo dados do Portal da Transparência. Outros investimentos em educação também ficam abaixo dos gastos dos deputados, entre eles a construção de creches (R$500mil) e de unidade de ensino especial (R$650mil).

Investimentos de alguns setores do governo Governo Federal no DF ficaram aquém do valor reembolsado aos parlamentares. Exemplos são os projetos de Apoio a políticas para as mulheres (R$603.213,66); de políticas sobre drogas (R$261.296,00); de apoio à reestruturação da rede física pública da educação básica (R$700.000,00); e de formação de profissionais (R$40.800,00).
















Por Luiz Lopes e Natália Oliveira