segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Armindo Nogueira em entrevista com Hellen Fernandes

Assista à entrevista concedida pelo músico e compositor Armindo Nogueira, em 10 de novembro de 2012, aos acadêmicos do quinto semestre do curso de Jornalismo da Facitec - Faculdade de Ciências Sociais e Tecnológicas. 






Por Hellen Fernandes e Márcia Romão.

Apoio técnico: Pedro de Souza e Thiago Oliveira. 








Entrevista - Alexandre Picarelli

Picarelli, professor há três anos na Facitec
Alexandre Antonio Picarelli, professor de Linguagem Audiovisual e Linguagem Televisiva na FACITEC, abre o baú e conta, como se fosse ontem, as histórias de seu início de carreira como ator. Ele conta também como chegou às salas de aula após participar de vários trabalhos no teatro, na televisão e no cinema, como Malhação, Caça Talentos e Celeste e Estrela, por exemplo.
Web Focas: Como começou a carreira como ator?
Picarelli: Eu comecei fazendo peças infantis. Depois, a secretaria de cultura do GDF abriu uma inscrição para um espetáculo gigantesco, na época foi muito bafafá, mais de mil inscritos (de atores) da peça chamada Tamanduá San, do Hamilton Vaz Pereira. Ele é um diretor carioca que era do Asdrúbal trouxe o Trombone. E eu passei nesse teste e curti, curti bastante. A gente foi pra BH [Belo Horizonte], fizemos duas apresentações em Brasília e o Hamilton foi o cara que né...  Eu falei: Olha, eu vou pro Rio de Janeiro, vou fazer teatro lá e eu vou te procurar e tal... E ele abriu as portas pra mim lá no Rio de Janeiro mostrando as pessoas... Eu fui pro Rio de Janeiro morar lá, propriamente para ser ator e comecei a trabalhar fazendo teatro, tablado...  Aí, um ou outro me ajudando ‘olha, é aqui o caminho das pedras...’ E acabou que eu comecei a fazer parte de vários testes. Comecei a fazer parte de vários grupos, e a partir disso eu comecei a fazer vários testes, que começaram a render coisas boas para mim, frutos - no caso, um bocado de peças. No Rio de Janeiro quando você pega uma peça infanto-juvenil ou mesmo adulto, você já tem um retorno melhor, já consegue sobreviver, porque você vai ter um X fixo durante a semana...
Aí começou a abrir as portas pra mim. Numa dessas, eu fiz uma peça com a Fernanda Rodrigues e com o André Marques (que era o Mocotó) e aí fiquei sabendo de um teste na Malhação. E aí eu fiz o teste e passei, foi muito legal, gratificante. Foi o primeiro trabalho de televisão mesmo. Na verdade eu já tinha feito vários comerciais, por causa desses testes que a gente tem e tal...

Web Focas: Há muita diferença entre o acesso a este ramo hoje e antigamente?
Picarelli: Vou ser muito sincero com você, Luiz. O acesso, para entrar nesse mercado, é muito complicado, se você tiver um talento nato, você entra em qualquer lugar, isso em qualquer profissão da sua vida.
Se você é ator e vai pro Rio de Janeiro para tentar mostrar um trabalho. Rapaz, só se você fizer um teste MARAVILHOSO, você vai na mão do diretor  que tem que está. Porque até você conhecer o diretor, que é o cara que escolhe o elenco, bicho, tem uma ‘rede’ em baixo dele, de propósito para te obstruir até chegar nele. Ou você faz uma peça e entra em cartaz pras pessoas verem porque teatro é a vera. Teatro o cara faz porque é bom. Não tem corte, não tem erro, o teatro é ali na hora. Se você faz uma peça maravilhosa, o cara vai falar:’Poxa, esse cara é bom pra fazer este tipo de personagem’ e é isso que acontece.

Web Focas: Qual a sua avaliação sobre o contato com grandes celebridades como Dira Paes, Angélica e Cláudia Rodrigues?
Picarelli: Esse contato é do mesmo jeito que eu estou conversando com você. Celebridade é a mídia que fala, as pessoas famosas trabalham com imagem e é lógico que elas sempre vão dar uma de gostosinho, uma de superior, ‘ah, vocês me querem’. Além do que, isso é alimentado por quem faz isso, pelo público.
Picarelli em Caça Talentos. Imagem YouTube
A Angélica sempre me tratou bem em todas as vezes. Em todos os jogos do Brasil na Copa de 98 foi todo mundo assistir na casa dela e ela tratou a gente super bem, fui muito legal, muito bacana. Uma vez fui numa festa que vi gente para caramba e, me apresentar quem eu sou? Nada, eles não se interessam, é como se fosse uma pessoa qualquer, ali você está dentro do meio. O povo é que alimenta essa coisa de ‘ai, lindo!’. Mas esse contato é o melhor possível, sem problema.
Eu estava com um time de primeira, não tenha dúvida.

Web Focas: Qual o trabalho mais marcante? Alguma história que queira compartilhar?
Picarelli: Foi com a Luiza Tomé, um comercial. Foi um dia muito complicado, foi um dos primeiros dias que eu trabalhei como ator, eu estava muito nervoso, eu tinha bipe e estava nublado, eram três da manhã e eu não consegui dormir. Quatro da manhã eu pegava no sono e acordava assustado ‘tocou ou não tocou?’, eu tava desesperado, eu não consegui dormi naquela noite achando que ia chover, que não tinha como, porque já tinha adiado duas vezes a gravação. Aí abriu um sol danado e a gente ficou gravando só movimento, lá sete, oito da manhã. A Luiza Tomé só chegou lá às 11h da manhã e foi tão legal o comercial que depois passou na televisão, ganhou nota dez no jornal, saiu no jornal do SBT, falando da rixa entre o carioca e o paulista. Eu fazia um paulista que quando via a Luiza Tomé ficava empolgado. A maioria das coisas foram cacos que eu fiz na hora e o diretor aceitou e foi muito bom. Eu lembro que depois, logo duas três semanas que estava bombando direto no Rio de Janeiro, eu ganhei convite da Luiza Tomé, ela estava numa peça, ela estava fazendo Tieta, era uma celebridade...
A diferença de cachê foram alguns zeros. Ela ganhou uns R$80.000,00 e eu ganhei R$800,00, uma coisa assim né...
Ela me deu convite, eu fui lá no camarim e fui recebido muito bem... Foi um trabalho muito bacana, esse foi para mim o que mais marcou. Que mais me deu retorno.

Web Focas: Como entrou no mundo acadêmico?
Picarelli: O mundo acadêmico? Bicho, boa pergunta! Eu comecei a dirigir, aí fiz a faculdade de cinema, estava no Rio de Janeiro. Eu fiz cinema na Estácio e fiz uma Pós-Graduação em Publicidade. Para ganhar dinheiro eu comecei a trabalhar numa agência de Publicidade. Eu fazia o RTVC (Rádio TV Cinema) na agência. Eu dirigia os comerciais, roteirizava, ia pra rádio e fazia o roteiro pra rádio, fazia tudo isso da agência. Era o único setor que fazia isso. E ia trabalhar final de semana direto, editar também. Tudo que você imagina eu fazia. Isso me deu uma experiência muito boa e eu com a Pós-Graduação. Chegou uma hora que eu falei: ‘Chega. Está na hora de voltar para Brasília. O que estou fazendo aqui posso fazer em Brasília’.
O ator já não estava tão aflorado, eu terminei um projeto de escola que eu estava fazendo, eu já estava meio desestimulado então voltei pra Brasília. Em pouquíssimo tempo, graças a Deus, em quatro dias eu comecei dando aula do que eu fazia que era documentários, comerciais... E foi ampliando, graças a Deus. Na FACITEC eu fiquei um período aqui saí no semestre seguinte e depois eu voltei e já faz três anos que eu estou direto. Comecei no Unicesp, que agora sou coordenador. E foi uma surpresa que a vida proporciona pra gente. Jamais iria imaginar que eu ia ser professor na minha vida e jamais ia imaginar que ia gostar. Porque cada semestre é diferente. Entra turma, sai turma e a gente vê um ou outro que se destaca, três, quatro, cinco por turma, no máximo. Aí gente que vem quase pronto, gente que vem cru. O legal é você ver uma pessoa crua que está chegando e você ver que aquela pessoa consegue desenvolver muito mais do que imaginava. Isso é gostoso de fazer. Isso é gratificante, ver uma pessoa que está querendo aprender e aprende e faz. Tem umas que passam pela faculdade e você nem sabe o nome. Mas tem os que ficam, permanecem, você curte o trabalho, você entende, dá opinião, troca ideia... É minoria, mas isso é bacana, ainda mais por causa da minha disciplina, ela é tão bacana por ser audiovisual, trabalha sempre com vídeo, criação, quer pegar câmera, fazer trabalho. Então eu deixo bem solto o pessoal criativo. Eu gosto da disciplina por causa disso.


Web Focas: A entrada nesse ambiente (acadêmico) tem relação com o afastamento dos palcos e da telinha?
Picarelli supervisiona trabalhos audiovisuais de acadêmicos.
Picarelli: A experiência em agência é que me deu oportunidade também de sobreviver através do professor. Eu fiquei muito nervoso nos primeiros meses, nervoso mesmo. Não sabia se estava fazendo bem ou fazendo mal, mas eu tinha um feedback dos alunos. Realmente eu era uma cara muito chato, exigia a atenção o tempo todo e depois comecei a relaxar um pouco e descobri uma coisa. É muito melhor você ensinar para quem quer aprender. E você sabe que tem aluno que passa pela faculdade. Esse aí o que eu tenho que fazer? ‘Olha, bicho, fica na sua que eu fico na minha, venha às aulas, aprende isso aqui, vai ser cobrado através de prova, mas eu vou te falar: Você poderia ser muito melhor do que você é agora’. E essas pessoas tem que absorver, porque o professor está ali para ensinar. Eu falo isso com orgulho e com uma vantagem, cara. Porque minha disciplina é gostosa.


Web Focas: Saltos ornamentais

Picarelli: Esporte que me manteve, esporte que me deu coragem, o esporte que me fez homem, o esporte que me mostrou o que é disciplina, o esporte que me afastou das drogas (nunca pensei nisso, mas você se afasta naturalmente porque você está bem com o esporte). O esporte é uma das coisas mais importantes do ser humano, ele tem que ter.



Web Focas: O que pensa e planeja para o futuro?
Picarelli: O primeiro é casar, ter mais uns cinco filhos [já tem uma filha do primeiro casamento], não tenha dúvida disso! Obviamente fazer alguma coisa pessoal: fazer um filme; continuar o professor mais algum tempo, eu ainda sinto tesão, gosto de fazer isso, é o gostar com necessidade. Eu preciso e gosto isso que é bom. Trabalhar no que você gosta é muito importante, talvez até achar o que você gosta é complicado, demorou um tempo para eu achar que professor é legal. Por isso que eu sempre falo dos sonhos, no primeiro dia de aula eu falo dos sonhos. Então assim, tem muita coisas interessantes que eu acho que é importante a gente ver. Lógico que um futuro a gente pensa que sempre vai querer um casa própria, se sustentar pelo seu trabalho, ter um carro bom, é uma coisa que todo mundo quer e eu não fujo muito desse padrão, não. Eu só queria que os alunos participassem mais, entendessem cedo que quanto mais cedo entrar na cabeça dele que a coisa é muito mais séria que ele imagina. Você pode errar aqui na faculdade, não errar fora. Erre aqui na faculdade, não fora. Decidir a profissão que você quer mais cedo, trabalhar o mais cedo, vai ser o retorno melhor para vocês [alunos]. Até os 35 anos eu fui um andarilho, não quis nem saber, fiz o que queria da minha vida, graças a Deus que fui bem. Agora eu já encostei, já está mais interessante, já achei a pessoa que eu quero, estou desenvolvendo um futuro para próximo dela. 

Por Luiz Lopes

sábado, 24 de novembro de 2012

Entrevista com Zé do Cerrado


O repentista e apresentador de rádio falou sobre inicio no rádio e como consegue manter as duas profissões. Para Zé do Cerrado, falta muito para que o povo conheça os estilos musicais do nordeste e outras regiões. Se poeta é tirar de onde não tem e colocar aonde não cabe, completa com uma frase de um poeta nordestino Pinto do Monteiro. Em seu programa de rádio, ele diz que muda sempre para variar os estilos musicais para que todos conheçam um pouco de música que existe. Sempre fiz rádio, mas gosto mais de cantar meus repentes. Tenho sustentado minha família através da viola o que me dar muito orgulho.
Manoel de Sousa de Rodrigues é o seu nome, mas no rádio em Brasília é conhecido como Zé do Cerrado, ele respondeu sobre a pouca divulgação de sua categoria musical e a rejeição por não conhecer o estilo.
Começo perguntando a ele de onde surgiu a vocação para cantar repente e como os jovens reage ao ouvir seus repentes.
Ze do Cerrado: ‘’O meu avô era trompetista e comecei a pegar o gosto pela música, nasci em um reduto de poetas e repentistas e desenvolvi esse lado de repentista’’
Vagner Silva: O que você acha do gosto musical dos jovens de hoje?
Zé do Cerrado, ao fundo à estátua do cantador
Zé do Cerrado: ‘’É sempre bom ter uma variação, mas deveria ter mais divulgação o nosso estilo musical. Muitos desses jovens sempre acham que a figura do repentista é uma sem estudo. Eles acham que é tudo decorado, já tentaram e tentam fazer comparações e confrontar o repente com as rimas de hip-hop, são iguais, mas totalmente diferente; ’’.
Vagner Silva: Tem que estudar para fazer repente?
Zé do Cerrado: “Tem estudar muito, porque às vezes na cantoria que fazemos sempre caem temas da atualidade como exemplo: a eleição dos Estados Unidos, ou assunto variado como saúde e educação”
Vagner Silva: A pessoa não poeta, ou se torna poeta?
Zé do Cerrado: “Eu acho que é dom  e técnica, porque muitos não tem o dom, mas utiliza a técnica da rima e da métrica para compor os repentes.
Vagner Silva: Você já cantou com alguém nacionalmente conhecido, e o que você pode tirar de experiência?
Zé do Cerrado: Todos os poetas não são conhecidos nacionais devido a sua divulgação, mas digo que já cantei com poetas conhecidos da região nordeste.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Prazo para quem não votou termina em 27 de dezembro


Nos dias 07 e 28 de outubro de 2012 aconteceram os dois turnos para eleger prefeitos e vereadores nos mais de cinco mil municípios e nos 26 estados do Brasil. No DF, cerca de 200 mil pessoas compareceram aos 98 pontos espalhados pela cidade, para justificar sua ausência por estar fora do domicilio eleitoral. Quem se esqueceu de justificar a ausência no segundo turno ou chegou após o horário de funcionamento das sessões, tem até o dia 27 de dezembro. Já quem faltou ao 1º turno do pleito deve regularizar a situação até o dia 6 do mesmo mês.

A jornalista, Erická de Sá Galindo, residente em Brasília há dois anos nasceu no Recife (PE), diz que justificou o voto em 2010 e agora em 2012. “Não deu para voltar à cidade de origem. Estou começando a cogitar a transferência do título. [No posto de justificativa] Foi tranquilo, tem pessoas para dar orientações, os fiscais entregam formulário, durou 20 minutos”, disse a jornalista.

O especialista clínico em Ultrassonografia, Jordan Costa 27 anos, mora em Aparecida de Goiânia (GO), mas o título dele é de Uberlândia (MG). Ele revela que por ser mais cômodo, prefere apenas justificar no dia do pleito. “Por comodidade e também a dificuldade em transferir o título de eleitor. Se fosse pela internet facilitaria muito, já que estamos em um mundo onde praticamente tudo é por meio da internet”. Ele diz ainda que no dia das eleições se esqueceu do dever. “Não votei e nem justifiquei. Estava viajando a trabalho e também não foi possível justificar meu voto. Confesso que não me lembrei de justificar, mas também não há informação suficiente a respeito dos prazos”. No site do tribunal é possível baixar o formulário de justificativa.


Estatísticas indisponíveis no site do TSE
Segundo a assessoria do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), as regras são as mesmas para todo o Brasil e os requerimentos geralmente são aceitos quando o eleitor apresenta, dentro do prazo, atestado médico referente ao dia da votação, por exemplo. Outros argumentos para justificar a ausência são avaliados pelo juiz eleitoral e podem ser aceitos ou não.


As justificativas não aceitas acarretam multa de valor ínfimo, em torno de R$ 3,50, de acordo com o TRE-DF. Quem não pagar ou simplesmente não aparecer para justificar a ausência no prazo de 60 dias entrará em situação eleitoral irregular, impedindo a posse em cargos públicos, por exemplo.

Por Luiz Lopes, Monique Oliveira e Natália Oliveira

Juliano Cartaxo fala sobre as influências das novas mídias no Jornalismo




Arte do spray


Graffite de Ricardo Santana


Introduzido no Brasil no final da década de 1970, o grafite ainda é visto como um assunto sem importância. Atualmente é considerado como uma forma de expressão incluída no âmbito das artes visuais, mais especificamente, da street art ou arte urbana - em que o artista aproveita os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na cidade. Entretanto, ainda existem pessoas que não concordam, comparando o grafite com a pichação. Em alguns países ambos configuram crime de vandalismo quando realizados sem a devida autorização, tanto em propriedade pública ou privada.
Na intenção de apronfundar os conhecimentos nessa área, entrevistamos o graffiteiro Ricardo Santana:
Quando e por que você escolheu ser grafiteiro?
Em 2003, conheci o break dance e também as pessoas que desenhavam. Desde criança já desenhava, mas depois de descobrir as cores e entrar no mundo do graffiti eu vi ali um modo de me expressar e até mudar algumas percepções de olhares e vida com o graffiti.


Em sua opinião, qual a importância do grafite na vida dos jovens?
Para muitos é um escape, para outros diversão, para alguns trabalho e como eu já escutei: "graffiti é uma terapia"...
E com um bom projeto tenho certeza que tiraria o tempo ocioso de muitos jovens.

Qual a maior dificuldade que o grafiteiro encontra para exercer sua arte?
A falta de apoio. Não só do governo mas de um todo, porque muitas vezes as instituições pedem aulas de graffiti oficinas, mas não entendem que o graffiteiro tem contas, gasta com tintas etc, ou seja , a maior dificuldade ainda é a falta de conhecimento.

Você acredita que existe preconceito com os praticantes de grafite?
Muito! E infelizmente esse é o ciclo do ser humano, a falta de cultura de muitos acarreta a isso - ao preconceito - e lembrando que muitos artistas são ou foram graffiteiros, dai muitas vezes o melhor é se apresentar como artista.

Envolvendo o hip-hop, cores, imaginação e criatividade o grafite é a arte do protesto. É onde o artista tem a liberdade para se expressar e refletir a realidade das ruas. Diferentemente dos pinchadores que, demarcam seus territórios e selam intrigas entre grupos rivais, o grafiteiro pretende o contrário: tirar o jovem da criminalidade e levá-lo a caminhos diferentes.


Por: Dayane Ximennes, Elisabete Martins, Izabella Moura e Raiane Alves.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Brasília: a musa inspiradora do poeta Nicolas Behr

Nicolas Behr nasceu em Cuiabá, em 1958. Queria ser geólogo, arqueólogo ou historiador. Mora em Brasília desde 1974. Em 1977 lançou seu primeiro livrinho e best seller “ Iogurte com Farinha”. Em 1982 ajudou a fundar o MOVE – Movimento Ecológico de Brasília, a primeira ONG ambientalista da Capital Federal.

1)Como e quando a poesia entrou na sua vida?

 A poesia entrou na minha vida através de Brasília, onde vim morar com 15 anos saindo de Cuiabá, uma cidade não planejada, orgânica. O impacto de Brasília me levou a escrever poesia. Isso foi em 1976.

2)O Sr. sempre gostou de poesias?

Nunca fui um aluno muito interessado em poesia, gostava, mas não era um leitor voraz, digamos.

 3)Se não fosse poeta o que o Sr. seria?

Arqueólogo. Mas também gosto de história e geologia

4)Com quantos anos o Sr. escreveu seu primeiro livro?

De 16 para 17 anos.

5)Qual a relação de suas obras com Brasília?

Brasília é minha musa inspiradora, minha obsessão. Gosto de Brasília, gosto de escrever sobre a cidade. Tenho uma relação muito estreita com Brasília.

6)Quais foram os prêmios que o Sr. já recebeu por suas obras?


Nunca recebi prêmios. Uma pessoa me encontrar na rua e ler um poema meu pra mim, isso sim, é um prêmio.

 7)Quantos livros o Sr. já escreveu? E qual foi o mais importante?

Já escrevi 20 livros. Resposta difícil!!! Cada livro tem seu tempo e sua importância.

 8)O Sr. também trabalha com Ação Social.Quando e como começou essa relação com as comunidades carente?

Arrecado material escolar para uma escola rural, num povoado perto de Posse, Goiás. Comecei a fazer isso quando da inauguração da Pau Brasília, em 1992, e não parei mais.

Por Poliana Carvalho

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Mini-Perfil do humorista Vagner Silva

Com um toque leve no ombro da gente, Vagner Silva, passa um ar de menino levado que tem em mente aprontar alguma travessura sem que ninguém se dê conta.

Humorista Vagner Silva
Era diferente dos outros meninos, nunca gostou de futebol. Fazia tudo que as crianças não deviam fazer: quebrava telhado de casas, soltava bombas perto dos cachorros."Podia ser o cachorro maior que tivesse, eu não tinha medo. Era legal. Mas, hoje é crime ambiental, e não é nada divertido".

Na escola, não faltava por nada, e ia nem que fosse só para aprontar mais peraltices de menino. Quando sentava na fileira da frente, na sala de aula, passava de ano, mas quando sentava lá no fundão, ficava reprovado, porque conversava com os colegas o tempo todo. Por esse lado travesso, Vagner levou muitas surras de sua mãe "Tinha de tudo, corda, chinelo, o que tivesse na mão minha mãe jogava em cima de mim. Ela só não podia perder a tacada", diverte-se.

Aportou em Brasília vindo do Maranhão, em 2005, ele e Deus. Na mala, trazia pouca coisa: apenas algumas peças de roupas, objetos pessoais, o restante da bagagem eram planos de melhorar de vida, através de um
bom emprego, mas principalmente estudar, fazer faculdade. O segundo grau, ele fez na cidade natal, São João do Patos, há 594 quilômetros da capital maranhense.

Filho de dona Terezinha e de seu Vanderlei - e não Vanderleis, como dizia sua falecida vizinha, Maria da Graça, Vagner, hoje, está no quinto semestre de Jornalismo, na Faculdade de Ciências Sociais e Tecnológicas - Facitec, em Taguatinga Sul. O curso ele escolheu por que sempre gostou de comunicação, adorava ouvir programas de rádio.

E foi aos nove anos de idade que ele ganhou a peça radiofônica, um presente que considera, até hoje, um dos melhores que recebeu na vida. Ganhou o objeto de uma senhora espanhola, esposa de um missionário que
andou em São João dos Patos fazendo caridade. A partir dali, seu gosto por ouvir programas de rádio só aumentou. Tinha preferência pelos humorísticos, como o Só Forró, da Rede SomZoom Sat. Ele conta que a
emissora pertencia ao Grupo Mastruz com Leite, de Fortaleza. Até hoje, ele é ouvinte fiel ao locutor do programa, Rodrigo Vieira, o Mução.

A vida deu margem ao encantamento do presente que recebera quando criança, e Vagner teve seu primeiro quadro humorístico na rádio comunitária Sertão FM, em 2002, aos 19 anos de idade. Um amigo perguntou se ele queria participar de um programa e ele, sem compromisso nenhum, partiu para a aventura. Ficou na rádio um ano e meio, participando de um programa de humor, copiando com fidelidade - assim diziam seus amigos - o ídolo Mução. "O salário mínimo que a prefeitura pagava era pouco para realizar o sonho que eu  tinha de estudar e de me formar na faculdade", contou Vagner.

Por isso, deixou a rádio comunitária e veio para o Distrito Federal com endereço certo, a casa de seu irmão Manoel Sandro, em Ceilândia. De cara, ficou assombrado com a montoeira de carros que viu passando de um lado para o outro.  De onde ele vinha, carro era coisa que dava status, "Quem tinha um era considerado rico, como o pessoal do Banco do Brasil, perto da casa da minha mãe", relata o maranhense.

Em Brasília, Vagner trabalhou na Rádio Atividade, também fazendo humor. Seu personagem era o Macho Véi, um sujeito com sotaque nordestino que, das sete às nove, nas manhãs de domingo, fazia brincadeiras ao vivo, com os ouvintes.  Na Atividade ficou de 2007 até este ano.  "Saí de lá porque quero ter meu espaço no rádio. Hoje estou na JK FM com a cópia do primeiro programa de humor que ouvia no Maranhão". O personagem é o mesmo: o Macho Véi. O nome do personagem "Macho Véi" foi criado e registrado por Rodrigo Maia, radialista que trabalha no Grupo Verdes Mares de Fortaleza

Gaiato, ele ganhou muitos apelidos, entre eles Palito, Maranhão, reduzido para Mara, por um amigo, e também Maguila, por conta do irmão apelidado de Mike Taison. 

Leonel Laterza: intérprete de sucesso fala de sua carreira em Brasília



Mineiro de Uberaba, Leonel Laterza, com sua voz afinada, suave e marcante, passeia por vários ritmos da Música Popular Brasileira. Com uma carreira reconhecida pela crítica especializada, ele já se apresentou ao lado de artistas consagrados, como Roberto Menescal, e leva para os shows todo seu talento e amor à arte. 


1. Quando você percebeu que a música faria realmente parte de sua vida e começou a levar  a sério a carreira musical?

Quanto tinha 12 anos de idade, percebi que a música me atraía mais do que aos meus amigos e parentes. Minha casa respirava música, através de meus pais, que sempre mantinham as portas abertas para serestas, velhos discos e muita cantoria. Minha mãe tocava violão e cantarolava para a gente ao pé de nossa cama.

Entrei para a escola de música ainda jovem e, já adolescente, comecei a cantar nas rodas de violão e encontros musicais com a família e amigos. Entre 17 e 20 anos de idade ia dar "canja" nos bares e já me sentia atraído pelo mundo da MPB, da Bossa Nova e do Jazz. Gostava de frequentar as "jam sessions" que aconteciam nas casas noturnas de Brasília, na década de 1980. No final de 1987, fui convidado por um amigo a ensaiar um repertório para show em um bar na Asa Norte. O Público reagiu muito bem, apesar do nervosismo estampado no meu corpo todo. A partir daí, nunca mais larguei a profissão.
  
2. Porque saiu de sua cidade natal e escolheu Brasília para morar e se estabelecer?

Na verdade, saí muito novo de minha cidade natal, pois meus pais vieram tentar a vida em Brasília para melhorar a situação financeira. Nasci em 1965, e em 1970 vim para Brasília. Portanto tinha somente cinco anos de idade.
  
3. Quais são suas influências musicais nacionais e internacionais?

Minhas influências musicais são muito diversificadas, assim como a própria música brasileira. A música de Milton Nascimento (e todo o Clube da Esquina), Edu Lobo, Tom Jobim, Chico Buarque de Holanda, Dori Caymmi (o filho mais velho de Dorival) e o Poeta Paulo César Pinheiro, com suas diversas parcerias, são os grandes compositores da minha vida. Ao redor deles giram influências de grandes intérpretes da música cantada e instrumental brasileira, além do jazz mundial. Aíentram José Luiz Mazziotti, Emílio Santiago,  Egberto Gismonti, Elis Regina, Sara Vaughn, Bill Evans e outros.
  
4. Já ganhou prêmios?

Já ganhei prêmios em diversos festivais de MPB  em colégios, clubes e universidades. Meu show "Ave Rara" (homenagem a Edu Lobo) foi escolhido, dentre centenas de inscritos, para participar do projeto Ocupação da Sala Funarte Cássia Eller, em 2009. Esse mesmo espetáculo também foi um dos poucos selecionados pela Caixa Cultural para ser exibido no teatro daquela instituição, no mesmo ano. Terceiro lugar no Festival Sesc de Música 2008. Fui escolhido como melhor intérprete do Prêmio Sesc Tom Jobim 2011 com uma música de minha autoria, classificada entre as 12 finalistas.

Meu CD "Guardados", é um dos pré-selecionados para o Prêmio da Música Brasileira, edição 2013 (um dos maiores prêmios da música da atualidade). Uma das faixas deste CD, a música Até Quando, do compositor Sérgio Magalhães, foi escolhida dentre centenas de outros artistas do mundo para ser incluída na gravação anual "Goa Chillout Zone Compilation 2012", (WOA Records) que será lançado até o final deste ano, na Índia, com repercussão  dentro de vários festivais internacionais de música). Teve sua gravação para a música "Eu Vou", do compositor Cacá Pereira, incluída entre as 12 finalistas do Festival da Rádio Nacional FM 2012  e esta gravação estará no DVD e no CD de registro deste evento.

5. Você tem composições próprias? Quais?

Tenho algumas poucas composições próprias, algumas gravadas e outras não. São elas: Dama da Noite, em parceria com meu irmão André Laterza; Sonhos de Vidro (finalista do Festival Sesc 2011); Pranto Verde; Sem Perdão, gravada pelo cantor Nilson Lima, e Asas em Mim.



6. Você esteve na finalíssima do Concurso da Rádio Nacional FM Brasília 2012. Fale um pouco do concurso e o que representou para você participar dele?

De centenas de inscritos, neste festival, somente 50 ficaram para a segunda fase. O fato dessas músicas ficarem tocando de hora em hora numa rádio que tem grande audiência, faz com que o trabalho do intérprete ganhe visibilidade. E é isso que o artista busca o tempo todo, que seu trabalho ganhe asas e atinja o maior número de pessoas, para que sua expressão complete o ciclo de troca entre intérprete/público.  Quando passamos para a terceira fase do festival, ficando entre as 12 finalistas, já foi suficiente para nos tornarmos vitoriosos. Com isso, ganhamos a oportunidade de estar frequentemente tocando na rádio (apesar de isso já acontecer há algum tempo na Rádio Nacional FM)  e também participar da gravação do CD e do DVD do festival.

7. Fale de seus CDs lançados, dos amigos que deles participam com você.

Tenho dois CDs Gravados. O primeiro foi lançado em 2006 e chama-se Esmeraldas. Foi um trabalho árduo e prazeroso ao mesmo tempo. Fiz toda a produção executiva toda disco e tive ao meu lado grandes profissionais que contribuíram para o resultado de altíssima qualidade sonora e estética (modéstia parte, é claro). O amigo, músico e produtor musical Hamilton Pinheiro, fez por mim o que ele teria feito com o próprio trabalho, com tanta dedicação e empenho. Os músicos Lula Galvão (que também já foi citado em revistas especializadas como um dos maiores violonistas da atualidade), Zé Luiz Mazziotti (cantor) e a cantora Simone Guimarães abrilhantaram o trabalho, e emprestaram sua emoção ao disco que, certamente, abriu várias portas e gerou várias outras oportunidades na minha carreira.

Meu segundo disco é o Guardados e concluí sua gravação em 2011. Como é o mais recente trabalho, tenho focado meus shows e carreira nele. Foi tão trabalhoso quanto o primeiro, mas foi produzido com mais técnica e maturidade. Fui mixar o disco no Rio de Janeiro com um dos maiores técnicos do Brasil (Daniel Musy). O resultado foi maravilhoso e o disco tem sido elogiado muito por jornalistas, músicos e público de maneira geral. Ele tem as participações de Rosa Passos, minha amiga e madrinha musical, a quem devo muito pela sua fé em meu talento e trabalho.

Também ganhei uma participação especialíssima no disco, que foi a do grande compositor e cantor, descoberto por Milton Nascimento, Sérgio Santos, que junto a Rosa, escreveu coisas belíssimas no encarte de abertura do disco. Este CD é um dos pré- selecionados ao Prêmio da Música Brasileira 2013. Pré-selecionado, significa que dentre milhares de CDs produzidos entre 2011 / 2012, independente ou de gravadora,  ele está concorrendo a uma das 3 vagas de "indicados" ao prêmio. Claro que isso fica distante ainda do prëmio, mas já é muito. Muito reconhecimento mesmo.  No começo do ano que vem, eles anunciam todos os pré-selecionados e, em seguida, os três indicados de cada categoria. Portanto, ainda nem sei em quais categorias meu CD foi colocado. Por isso, não tenho divulgado muito esta pré-seleção, apesar dela ser irreversível. O que pode acontecer é o CD não ser indicado. Mas só de já estar entre os feras da boa música brasileira (veja o link) http://www.premiodemusica.com.br/content/pre_selecionados_2013_0, já estou soltando fogos.

8. Quais são seus projetos futuros na carreira musical?

Estou diversificando meu trabalho de cantor. Tenho vários trabalhos prontos e posso me apresentar meio que "camaleonicamente", ou seja, me adaptarà necessidade musical do momento. Tenho um trabalho em quarteto que levo para várias casas noturnas, com muita Bossa Nova e Jazz. Formei um trio - o Cais Trio - que foca mais nas músicas mineiras e de compositores mais líricos e melodiosos.

Também tenho uma homenagem pronta ao Edu Lobo, que completa 70 anos, em 2013. E estou montando um grupo de "flash back", por puro prazer. Tambémtenho um trabalho com dois violões bem bonito de Samba e MPB. Criei um projeto com outros dois cantores para no ano que vem fazermos um show com músicas do Djavan. Será uma produção grande e que vai juntar força de três interpretes de Brasília. Com essa diversificação vai ser difícil ficar parado no meio musical. Assim espero, pois realmente essa arte é o que melhor me alimenta e que me dá mais alegrias na vida.
  
9. Você também é servidor público concursado há mais de 15 anos. Como faz para conciliar a carreira musical com seu trabalho em órgão público?

Não é muito fácil conciliar a música com o trabalho no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Tenho que me desdobrar porque não sobra muito tempo. Passo de oito a dez horas por dia no Tribunal. No restante do tempo me dedico ao estudo, ensaio, produção, e ainda preciso dar atençãà minha família, da qual não abro mão de jeito nenhum.  Mas com muito esforço e amor à arte a gente consegue.



Conheça a página oficial de Leonel Laterza, com fotos bacanas e muito mais. Acesse