Com um toque leve no ombro da gente, Vagner Silva, passa um ar de menino levado que tem em mente aprontar alguma travessura sem que ninguém se dê conta.
Humorista Vagner Silva |
Era diferente dos outros meninos, nunca gostou de futebol. Fazia tudo que as crianças não deviam fazer: quebrava telhado de casas, soltava bombas perto dos cachorros."Podia ser o cachorro maior que tivesse, eu não tinha medo. Era legal. Mas, hoje é crime ambiental, e não é nada divertido".
Na escola, não faltava por nada, e ia nem que fosse só para aprontar mais peraltices de menino. Quando sentava na fileira da frente, na sala de aula, passava de ano, mas quando sentava lá no fundão, ficava reprovado, porque conversava com os colegas o tempo todo. Por esse lado travesso, Vagner levou muitas surras de sua mãe "Tinha de tudo, corda, chinelo, o que tivesse na mão minha mãe jogava em cima de mim. Ela só não podia perder a tacada", diverte-se.
Aportou em Brasília vindo do Maranhão, em 2005, ele e Deus. Na mala, trazia pouca coisa: apenas algumas peças de roupas, objetos pessoais, o restante da bagagem eram planos de melhorar de vida, através de um
bom emprego, mas principalmente estudar, fazer faculdade. O segundo grau, ele fez na cidade natal, São João do Patos, há 594 quilômetros da capital maranhense.
Filho de dona Terezinha e de seu Vanderlei - e não Vanderleis, como dizia sua falecida vizinha, Maria da Graça, Vagner, hoje, está no quinto semestre de Jornalismo, na Faculdade de Ciências Sociais e Tecnológicas - Facitec, em Taguatinga Sul. O curso ele escolheu por que sempre gostou de comunicação, adorava ouvir programas de rádio.
E foi aos nove anos de idade que ele ganhou a peça radiofônica, um presente que considera, até hoje, um dos melhores que recebeu na vida. Ganhou o objeto de uma senhora espanhola, esposa de um missionário que
andou em São João dos Patos fazendo caridade. A partir dali, seu gosto por ouvir programas de rádio só aumentou. Tinha preferência pelos humorísticos, como o Só Forró, da Rede SomZoom Sat. Ele conta que a
emissora pertencia ao Grupo Mastruz com Leite, de Fortaleza. Até hoje, ele é ouvinte fiel ao locutor do programa, Rodrigo Vieira, o Mução.
A vida deu margem ao encantamento do presente que recebera quando criança, e Vagner teve seu primeiro quadro humorístico na rádio comunitária Sertão FM, em 2002, aos 19 anos de idade. Um amigo perguntou se ele queria participar de um programa e ele, sem compromisso nenhum, partiu para a aventura. Ficou na rádio um ano e meio, participando de um programa de humor, copiando com fidelidade - assim diziam seus amigos - o ídolo Mução. "O salário mínimo que a prefeitura pagava era pouco para realizar o sonho que eu tinha de estudar e de me formar na faculdade", contou Vagner.
Por isso, deixou a rádio comunitária e veio para o Distrito Federal com endereço certo, a casa de seu irmão Manoel Sandro, em Ceilândia. De cara, ficou assombrado com a montoeira de carros que viu passando de um lado para o outro. De onde ele vinha, carro era coisa que dava status, "Quem tinha um era considerado rico, como o pessoal do Banco do Brasil, perto da casa da minha mãe", relata o maranhense.
Em Brasília, Vagner trabalhou na Rádio Atividade, também fazendo humor. Seu personagem era o Macho Véi, um sujeito com sotaque nordestino que, das sete às nove, nas manhãs de domingo, fazia brincadeiras ao vivo, com os ouvintes. Na Atividade ficou de 2007 até este ano. "Saí de lá porque quero ter meu espaço no rádio. Hoje estou na JK FM com a cópia do primeiro programa de humor que ouvia no Maranhão". O personagem é o mesmo: o Macho Véi. O nome do personagem "Macho Véi" foi criado e registrado por Rodrigo Maia, radialista que trabalha no Grupo Verdes Mares de Fortaleza
Gaiato, ele ganhou muitos apelidos, entre eles Palito, Maranhão, reduzido para Mara, por um amigo, e também Maguila, por conta do irmão apelidado de Mike Taison.
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